CLICK HERE FOR BLOGGER TEMPLATES AND MYSPACE LAYOUTS »

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Instituto de Arquitetos do Brasil
Departamento do Rio de Janeiro
Exposição "A Cidade Informal no Século XXI "


“A CIDADE INFORMAL DO SÉCULO XXI”

Com projetos, maquetes, vídeos e debates com especialistas, evento do IAB-RJ reúne o que há de mais moderno da arquitetura inclusiva

Ao pensar no futuro da cidade contemporânea não se pode deixar de refletir sobre a cidade informal - constituída a partir de ocupações precárias do território como, por exemplo, as favelas – e as transformações que nela tem ocorrido com a contribuição de arquitetos. Esse é o mote da exposição “A Cidade Informal no século XXI”, que será inaugurada no próximo dia 14, segunda-feira, na sede do IAB-RJ, à rua do Pinheiro, 10, Flamengo.

No mesmo dia, às 18,30h, será realizado o debate “Plano e Projeto da Cidade Informal no Século 21” que contará com a presença da arquiteta Elizabeth França, secretária-adjunta de Habitação da cidade de São Paulo, do arquiteto Sérgio Magalhães, presidente do IAB-RJ, e do arquiteto e antropólogo Manoel José Ribeiro. A moderação dos trabalhos será do secretário municipal de Habitação do Rio de Janeiro, Pierre Batista.

A exposição é organizada pela Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo em parceria com a 4th Internacional Architecture Biennale Rotterdam, e tem a curadoria da arquiteta Marisa Barda. Originalmente esteve montada, no mês de maio, no Museu da Casa Brasileira, na capital paulista.

“A Cidade Informal no séc. XXI” é uma mostra interativa onde projetos pontuais realizados por arquitetos brasileiros e estrangeiros serão abordados a partir de quatro temas, como se fossem operações táticas, que melhor representam os problemas das favelas: Conexões, Transições, Fruições e Transformações. Esses temas permitirão uma visão crítica do trabalho apresentado.

A idéia de reunir esse conjunto de projetos que (re)desenham a cidade informal aparece como continuidade das propostas apresentadas na Bienal de Roterdã, em outubro de 2009, cujo tema foi Open City: Designing Coexistence. A sub-curadoria do evento foi feita pelos arquitetos Rainer Hehl e Jorg Stolmann, que, para a seção Squat, selecionou como uma das referências os projetos para a comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, elaborados por seis arquitetos: Urban Think Tank (Venezuela), Elemental (Chile), Christian Kerez (Suiça), Ciro Pirondi, Marcos Boldarini e MMBB (Brasil).

A mostra “Cidade Informal no séc. XXI” soma a essa seleção os trabalhos dos alunos da Graduate School of Design Harvard University, realizados para o Cantinho do Céu, sob a coordenação do professor Christian Werthman, e os trabalhos dos alunos do GSAPP da Columbia University, sob a coordenação de Alfredo Brillembourg e Hubert Klumpner, os quais abordaram vários aspectos das áreas informais na cidade de São Paulo. A integração desses projetos com os estudos elaborados para as mesmas áreas, pelos alunos da Escola da Cidade, faculdade de arquitetura do centro de São Paulo, possibilitará uma reflexão a partir da experiência de arquitetos de vários países, todos com o mesmo propósito: redesenhar as cidades informais do século XXI.

Para melhor ilustrar a complexidade desse trabalho, serão apresentados projetos e maquetes de obras já construídas ou em fase de realização para diversos espaços informais da cidade de São Paulo. A cidade informal também estará representada como um percurso didático, possibilitando a compreensão dos processos e condições das favelas de São Paulo. Para isso, serão dispostas tabelas com dados estatísticos, plantas, diagramas e fotografias.

Os projetos poderão ser estudados de forma detalhada em mesas equipadas com computadores, livros publicados e cadernos, onde o público poderá escrever críticas, fazer propostas e elaborar esboços.


Rua do Pinheiro, 10 - Flamengo - Rio de Janeiro - CEP: 22220-050 - Tel: 2557-4480 - E-mail: iabrj@iabrj.org.br

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Esta foi uma resenha que escrevi sobre o excelente texto de Carlos Nelson, "Preservar não é tombar, renovar não é pôr tudo abaixo", escrito a mais de 20 anos para a revista Projeto. Como certos problemas insistem em se manter atuais, achei por bem postá-lo aqui. Segue abaixo:


Em seu texto o autor critica a postura das renovações impostas à cidade através de tombamentos ou demolições de espaços inteiros perpretadas por arquitetos e urbanistas ávidos por implantar novas ideologias e métodos presentes à época, sobre o pretexto de modernizar ou preservar. Como ponto de partida, retoma a relação entre história e cidade - “espaço inventado para que nele acontecesse a história” - e transcorre, então, pelas relações do homem com o espaço e do espaço com as atividades que nele acontecem.


Chega a ser incompreensível o fato de que arquitetos/urbanistas fecharam seus olhos para a linguagem da cidade citada pelo autor. Infelizmente, e ainda hoje é assim, ignoram-se os códigos e as relações que são possíveis extrair simplesmente analisando a morfologia da cidade. Oque é, oque foi e oque será. Por não compreender nem a linguagem da cidade, nem sua história - contada através dos próprios edifícios de diferentes épocas – nem a relação dela com seus habitantes, estabeleceram-se, erroneamente, os processos de legitimação do que é patrimônio ou não. O que deve ser preservado? O que deve ser modernizado? Como isso deve ser feito?


Os grandes centros urbanos são os piores casos citados pelo autor. Neles as renovações substituem espaços inteiros que agregavam uma infinidade de atividades e relações por espaços de potencial inferior, criando grandes vazios urbanos sem relevância ou importância histórica, em suma, sem significado qualitativo. Segundo o autor, no Brasil as renovações urbanas tem apenas removido as camadas mais pobres de lugares a serem preservados ou renovados. No entanto foram estes moradores que, por terem estreita relação com o espaço em que viviam, exerceram talvez a maior preservação e modernização de nosso patrimônio histórico, ao ponto que enquanto cuidavam de seus bairros e moradias e as incrementavam, exerciam uma espécie de renovação orgânica do espaço.


Casarío preservado por moradores. Morro da conceição - Ladeira João Homem - Foto: Tom Hastenreiter

O cenário que nos é apresentado por Carlos Nelson é esse em que na cidade não há espaço para coexistência harmônica do velho com o novo. A renovação urge, e se precisa de espaço consome oque nele pré-existia. Por isso, sugere que o espaço seja dignificado e não desapropriado. Sugere que os arquitetos e urbanistas compreendam as relações entre usuário e espaço.

Em suma, este texto de mais de duas décadas de idade continua atual e pungente. Continuamos intervindo urbanisticamente de maneira violenta. Agredindo e poluindo o espaço devido a insensibilidade cultural, devido a nossa falta de tato com o meio em que vivemos. Resta saber até quando viveremos desconsiderando, assim como fazemos uns com os outros, nossa relação com a cidade.


Notas

1
SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. “Preservar não é tombar, renovar não é por tudo abaixo”. Projeto, n. 86. São Paulo, abr. 1986, p. 60-61.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Boas Vindas

Como primeiro post, gostaria apenas de dar as boas vindas àqueles que se propõem a discutir os temas decorrentes da cidade. A pretensão aqui não é a de se tornar detentor de todos os saberes da urbe, mas sim de aprofundar os conhecimentos, usando para tal a percepção que cada um de nós pode compartilhar, criando uma soma, um amálgama de experiências e opiniões sobre esta rede que nos cerca.
Estamos todos conectados. Todos ligados à cidade e ela a nós. Se não compreendermos o lugar onde vivemos, o lugar que molda nossas relações, seremos incapazes de compreender a si próprios.
Assim como o Urbanismo que estuda a cidade carece de auxílio multidisciplinar, precisamos também de diferentes visões para entendê-la. A cidade é vivida de diferentes perspectivas, e talvez seja ela como a tríplice verdade: existe a minha cidade, a sua cidade e a cidade.
Qual é a sua cidade?


Favela vista de Copacabana


Morro da Caixa D'água - SJM Foto: João Xavi



Rio de Janeiro - RJ

Join 4Shared Now!